terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Naufragar

Não há medo de naufrágio, nem de andar à deriva com as velas por içar.
Ao sabor da maré e do vento, saí do porto. As estrelas e o céu eram o meu tecto. O barco o meu chão, o meu refúgio.
Saí sem destino, sabendo que podia haver ondulação bravia. Fiquei de sobreaviso sobre a tempestade que se avizinhava.
Tomei cautela, pare evitar danos maiores. Queria continuar à deriva porque estava no mar que amo, e faria frente a qualquer tempestade.
Via-a a chegar... Emudeci. Não protegi as velas. A tempestade veio, destruiu tudo o que tinha. O meu sonho de deriva, o meu aconchego de céu estrelado, o meu mar calmo e sereno.
Acordei numa ilha. Já não ando à deriva. Não sei onde estou. Sei que estou a construir uma jangada para conseguir sair desta ilha que me prende.
Não tenho velas, não posso contar com a ajuda do vento. Mas tenho de sair!!
Não queria logo um barco grande para andar à deriva. Queria saborear tudo o que me era oferecido pelo céu, estrelas e mar.
Mas parece que ainda assim, pedi demais...

Sem comentários:

Enviar um comentário